Apresentação

Olá, meu nome é Carmen Costa, sou médica, especializada em Pediatria, Neonatologia e Imunoalergologia. Durante a minha formação médica e atividade profissional pude observar que um paciente bem informado é de grande valia para uma boa orientação clínica. Desta forma, como a relação médico- paciente ao meu ver é um caminho que apresenta duas vias decidi construir este blog, no sentido de divulgar informação e por conseguinte exercer uma melhor prática médica.

sábado, 26 de novembro de 2011

 RETINOBLASTOMA, o que é?

Seu diagnóstico só demora um click!!!

  O Retinoblastoma é o tumor ocular mais comum na infância, é proveniente de celulas da retina. Pode ser unilateral (não é hereditário) ou bilateral (este é sempre hereditário por gene  e poderá afetar os filhos deste paciente). A forma unilateral é mais comum.
  É bastante agressivo e invade o nervo optico e o sistema nervoso central (nesta fase é fatal), também pode originar metástases para outras partes do corpo, sendo assim quanto mais precocemente for diagnosticado melhor será o resultado do tratamento.
  Atinge em igual proporção crianças de ambos os sexos e de todas as raças. Pode estar presente desde o nascimento ou acomete crianças mais velhas em geral até os 2-3 anos de idade.

Sinais e Sintomas

  O sinal mais frequente é a leucocoria (quando a pupila é submetida a exposição a luz artificial fica branca e não vermelha). O que se observa é o reflexo pupilar branco ou do olho do gato. O principal sintoma é a baixa visão que quando ocorre nos dois olhos fica mais fácil o diagnóstico pelos pais. A criança pode apresentar estrabismo ( fica "vesga") ou ter o formato do olho anormal, verifica-se também olho vermelho, dolorido, inflamação dos tecido perioculares, pupila aumentada/dilatada ou  mudança de cor da íris.

Diagnóstico
  Através do histórico familiar das doenças que acometeram os entes da criança já se começa a suspeitar. O rastreio é  feito pelo teste do olho vermelho  pela avaliação do fundo do olho (imagem ao lado). Pode ser complementado por outros meios diagnósticos como ultrassonografias e tomografias axiais computadorizadas e ressonância nuclear magnética. Fotos com flash podem denunciar o diagnóstico quando os olhos não refletem a cor vermelha em um deles ou nos dois. Nem todos os casos de ausência de cor vermelha ocorrem devido a presença do retinoblastoma. O reflexo branco também pode ser provocado por glaucoma  ou catarata congênitos. Os irmãos e irmãs de uma criança com retinoblastoma também devem ser examinados dado o componente genético associado a esta doença.
  Após o diagnóstico de retinoblastoma em um olho, exames regulares do olho saudável devem ser feitos a cada 2-4 meses por  pelo menos 2 anos. Após o término do tratamento é importante continuar o acompanhamento da criança.
   Algumas fotografias de pacientes com retinoblastoma:

 











Tratamento

  Depende do estadiamento da doença, o objetivo é sempre preservar a função visual  do paciente, levando em consideração o risco que isto poderá lhe proporcionar. São utilizados laser, quimioterapia, radioterapia, e a retirada do globo ocular como tratamento desta doença. O tratamento é multidisciplinar, ou seja, envolve um grande número de especialistas, tais como pediatra, oftalmologista, oncologista, cirurgião plástico e psicólogo para que tenhamos o melhor resultado na terapeutica desta doença. Resumidamente, se trata assim:
  • Tumores pequenos: normalmente são tratados com laser.
  • Tumores médios: pode ser usada quimioterapia, braquiterapia e laser.
  • Tumores grandes: são tratados com enucleação (retirada do globo ocular); em caso de metástases a quimioterapia e a radioterapia são utilizados como recursos terapeuticos. Após isto pode ser considerada a implantação de próteses oculares, cada dia mais sofisticadas, que tem a função ainda apenas estética, pois não altera a função ocular.
  Divulgue: alguém pode estar precisando desta informação.
Desafios Para Criar Um Filho Único 

  É cada vez maior o número de pessoas que optam por ter apenas um filho. Esta opção pode ser de modo geral  por questões laborais, pressões econômicas, por falta de tempo para estar com seus filhos, pela idade pois cada vez mais a sociedade verifica que as mulheres têm filhos mais tarde o que compromete também a fertilidade das mesmas.
  O mito de que o filho único é egoísta e tem  dificuldades de relacionamento e inserção social já deveria ter caído por terra há muito. Na realidade estas características são reflexo da educação dada pelos pais e não pelo fato de ser filho único uma vez que são verificadas em crianças que têm irmãos. O que realmente conta é o modo de educar e estimular o convívio da criança com as pessoas e com o meio que a cerca.
  A responsabilidade dos pais é fundamental no que diz respeito a educação da criança e do adolescente, embora não existam na raça humana pais perfeitos, devem existir sim pessoas que erram tentando acertar e que compreendam que errar na maioria das vezes é uma forma de aprendizagem para futuramente poder acertar. Aqui vão alguns conselhos para ajudar a educar mais e melhor seus filhos únicos ou não.

Proteção em Excesso
 
  Nós pais sempre temos sempre a tendência de proteger (de maneira física e/ou emocional) nossos filhos. Isto é in natura, está no nosso DNA, porém temos que tentar equilibrar as coisas pois caso contrário estaremos oferecendo ao nosso filho um mundo artificial, onde nós eliminamos os riscos,  o mundo em que vivemos não é assim. Vai chegar a hora em que eles irão descobrir isto, e não será melhor que eles estejam preparados? Então, cuidado com a superproteção, ela é sufocante e na realidade não protege de nada...

Egocentrismo Próprio da Idade
  A fase de desenvolvimento da personalidade da criança passa pelo egocentrismo, onde ela pensa que o mundo gira em torno dela, e que inclusive nós  pertencemos a ela e estamos ali para serví-la. Então quando é contrariada responde muito mal a isto. Agradá-la excessivamente e privá-la de qualquer desapontamento não vai fazer com que ultrapasse esta fase da melhor maneira, só vai criar uma situação em que o limiar para frustrações seja muito baixo, pois suas expectativas em torno das situações são sempre muito altas. Serão necessários alguns pequenos desapontamentos para que ela perceba que não é o centro do mundo.

Atenção as Compensações

  Nós pais agora cada vez mais sem tempo tentamos de modo geral compensar as crianças com bens materiais como se eles fossem substituir a nossa presença física. Cada vez mais temos que ter a noção que não é quantidade de tempo e sim qualidade de tempo que importa (ver post anterior) . É necessário que nós não deixemos a impressão para a criança que ela ganha tudo que quer na hora que quer, pois isto na realidade futura dela não é o que irá acontecer. Já pensou em dar ao seu filho uma tarde num parque com muitos risos e brincadeiras ao invés de mais um brinquedo que ficará na prateleira? Não se deixe dominar pela culpa, pois a felicidade do seu filho depende menos de bens materiais e mais de qualidade de presença.

Estabeleça Limites

  A birra é das coisas mais irritantes e embaraçosas que existem no relacionamento entre os adultos e as crianças. Ela só acaba se a criança perceber que é uma tática que não funciona. Se nós cedermos a cada "ataque" que a criança der, ela dominará a relação e aprenderá que é assim que se alcançam seus objetivos. Isto aumenta as chances da criança ser um adulto de relacionamento difícil. É papel da família estabelecer os limites e não deixar a criança fazer ou ter  tudo o que quer. Quando ela faz birra, está testando os seus próprios limites, e nós é que temos que estabelecê-los e não esmorecer a cada vez que a criança se sente contrariada.

Despersonalização

  Quando nosso filho nasce nós assumimos  uma nova identidade: ser mãe ou pai de alguém. Este processo de assumir mais uma identidade na sociedade que nos cobra permanentemente o sermos pais ideais, por vezes faz com que nossas outras identidades fiquem colocadas em planos secundários, o que causa uma certa despersonalização. Precisamos saber que poupar a criança de não ser atendida a todo o momento que ela quiser fará com que ela não saiba lidar com situações que receba não como resposta. Ela tem que saber que estamos sempre próximos para quando ela precisar, mas temos que estabelecer algumas prioridades no que é necessário ser feito. Encontre um pouco de tempo pra você, para poder evitar esta despersonalização.

Seus Sonhos Podem Não Ser Os Do Seu Filho

 Os pais tendem a idealizar e depositar nos seu filhos seus sonhos de um futuro brilhante, que algumas vezes tem haver com os desejos que tiveram e não conseguiram concretizar. Desejar e aspirar que estes sonhos se tornem realidade é perfeitamente natural, porém tentar percorrer este caminho pelo seu filho não é o mais indicado, pois cada criança tem direito a aspirar seus próprios sonhos e tentar concretizá-los, nossa função é dentro do possível  respeitar, orientar e oferecer ajuda para que os seus sonhos se tornem realidade.

Seu Filho Quer Um Irmão

  Há um conflito de interesses quando o casal decide que não quer ter mais filhos e o filho único deseja um irmão. A razão mais frequente é que a criança pode  estar se sentindo sozinha, então o conselho é estimular o convívio social com seus amiguinhos de forma mais frequente e intensa. É necessário que se crie um diálogo sincero com a  criança para que esta saiba da opção dos pais, sem dar ilusões a respeito disto, pois ela tem que saber que umas vezes nós temos o que queremos e outras não, e isto é uma regra para adultos e para crianças.

Acima de tudo lembre que educar é uma atividade contínua  que exige bom senso, esforço e paciência por parte de todos que cercam a criança.

domingo, 20 de novembro de 2011

Aproveite os Momentos com Seu Filho

  Vivemos numa sociedade que exige cada vez mais de nós sob o ponto de vista profissional principalmente, o que toma muito tempo do prazer da convivência familiar. Desta forma temos que fazer com que o tempo que temos seja de qualidade, uma vez que não dispomos de muita quantidade.
  Desligue a televisão durante o período que está com seu filho, não há nada que seja tão importante que possa substituir a alegria que ele sente por ter a sua companhia.
  Convide-o a executar alguma tarefa como por exemplo cuidar do jardim, ele vai adorar entrar em contato com a natureza (tenha cuidado com as ferramentas - ver post Acidentes Acontecem).
  Repare que as crianças adoram imitar os adultos, gostam de fingir estar lavando a louça, arrumando a casa, varrendo, limpando, enfim executando tarefas que nós habitualmente fazemos.
  Se pratica algum desporto leve-o para ver, quem sabe ele não será o seu novo companheiro nesta modalidade, vai sentir que ele lhe vê como o melhor atleta do mundo.
  Habitue-se a reservar o horário das refeições para uma pequena reunião familiar, onde nós falamos sobre assuntos pertinentes a nossa família e começamos a educá-los, pois a educação vem do berço e se aprimora à mesa.
  É importante que esteja informado das atividades que ele vem desenvolvendo na escola, estimule-o pois assim sua performace escolar tende a ser melhor. Não adianta cobrar resultados se não está a par e passo com ele.
  Mostre que está sempre aberto ao diálogo, pois assim quando ele tiver um problema irá querer conversar consigo para saber qual a sua opinião sobre este ou aquele assunto, assim  os laços de confiança criam-se progressivamente. Lembre que as nossas ações são o que moldam a personalidade e a forma de estar na vida dos nossos filhos.
  Eu sei às vezes parece que não vamos conseguir, mas olhe os exemplos que eu dei acima. Você já faz tudo isto só tem que aprender a fazer isto na companhia dele, e eu tenho certeza que se conseguir as tarefas vão ficar bem mais divertidas...

sábado, 19 de novembro de 2011


BRONQUIOLITE

Com a chegada do inverno é muito frequente o surgimento de infecções respirtatórias e os pais podem  entrar em contato com este diagnóstico, desta forma resolvi descrever a doença nos aspectos de maior relevância.

O que é?

  Caracteriza-se por uma inflamção nos bronquiolos associada a uma infecção causada mais frequentemente por vírus, e  que é respnsável pela sibilância (chiado).
  É uma doença que normalmente acomete mais meninos que meninas (1.5: 1), e apresenta um padrão sazonal, desta forma verifica-se que  ocorre mais nos períodos de outono e inverno. Sua causa é principalmente o virus sincicial respiratório (VSR), mas pode ser causada por pneumovírus, parainfluenza, influenza, adenovirus, rinovirus e Mycoplasma pneumoniae, mais raramente.
  Sua forma de contágio é através de particulas contaminadas que encontram-se em suspensão no ar após tosse ou espirro, ou contato com secreções respiratórias infectadas transportadas por nossas mãos, o que vem a ser o meio de maior propagação desta doença, que é extremamente contagiosa. Frequentemente a criança é contaminada em casa ou no local onde passa mais tempo durante o dia, como por exemplo a creche.

Um pouco de Anatomia

  O ar entra pelo nariz e dirigi-se para a nasofaringe, desce até a laringe (cordas vocais), e entra num tubo que  é a traquéia, estrutura esta que se divide em dois tubos menores que são os brônquios esquerdo e direito que vão dar ramificações cada vez mais finas (como se fossem os galhos de uma árvore que vão se estreitando), estas últimas terminações chamam-se bronquiolos.

Como ocorre a lesão?

  No que diz respeito ao trato respiratório estes vírus podem causar lesão em qualquer estrutura desde o nariz até os bronquiolos.  A lesão é por inflamação  do bronquiolo, o que faz com que haja edema (inchaço) na parede deste tubo e ocasione o estreitamento do mesmo, que resulta na obstrução da passagem do fluxo do ar. O processo de cicatrização dos bronquiolos pode ocasionar distorção ou estreitamento dos bronquiolos, o que provavelmente é responsável pelo chiado recorrente muitas vezes observado nas crianças após o primeiro episódio de bronquiolite.

Quem são os mais atingidos?

  Os casos mais graves encontram-se nas crianças pequenas, provavelmente em consequência das vias aéreas serem proporcionalmente mais estreitas e terem um sistema imune mais imaturo.É uma doença potencialmente grave e que deve ser tratada quanto antes possível, pois é uma causa frequente de hospitalização. Aproximadamente 50% das crianças apresentam bronquiolite durante os primeiros 2 anos de vida, sendo o pico de incidência entre os 2 e 6 meses. A estimativa é que 10% das crianças saudáveis com bronquiolite necessitem de hospitalização.
  Pacientes que apresentem  doenças pulmonares associadas tais como broncodisplasia (observada principalmente em prematuros), deficiências de imunidade, doenças cardíacas e doenças neuromusculares são mais suceptíveis a formas mais graves de apresentação da doença, com potencial risco de a mesma ser fatal.
Sinais e Sintomas

  Seu período de incubação varia entre 4-6 dias, e habitualmete apresenta-se como uma doença respiratória progressiva, que se assemelha a um resfriado comum na sua fase inicial, onde se verifica  tosse que se intensifica e pode provocar vômitos, principalmente em crianças menores e pingo transparente.
  Com a progressão da doença entre 3-7 dias a  respiração vai ficando ruidosa , aparece a dispnéia (esforço respiratório), o chiado, e a  falta de apetite vai piorando. A dor de ouvido e presença de olhos vermelhos (conjuntivite) também é frequente. 
  Pode ocorrer febre baixa, acompanhada de irritabilidade  que se reflete no aumento do trabalho respiratório.    
  Crianças muito pequenas podem não ter esta evolução e apresentar apnéia (parada prolongada dos movimentos respiratórios) como o primeiro sinal de infecção.
  Verifica-se no exame clínico que a criança parece estar cansada quando respira, há retração dos espaços entre as costelas e imediatamente abaixo  destas, movimentos das narinas que abrem e fecham, e retração supraesternal. Na ausculta pulmonar revela-se sibilos difusos (chiado) e ruidosos. Numa forma mais severa pode estar presente cianose (labios e pele das extremidades arroxeadas) e gemido.

Como é feito o diagnóstico

  Através da história clínica e do exame físico do paciente é feita a suspeita diagnóstica. Pode-se solicitar uma radiografia de tórax para descartar outras patologias de ordem pulmonar, além de nos permitir avaliar melhor a condição clínica do paciente.
  O teste dos antígenos da secreção de nasofaringe é o mais sensível para confirmar a infecção.

Outras doenças também chiam

  É preciso tem em mente que a asma (normalmente não apresenta febre e ocorre em crianças maiores),  a aspiração de objetos para as vias respiratórias, a fibrose cística, as exacerbações de broncodisplasias pulmonares, as pneumonias bacterianas ou víricas, o refluxo gastroesofágico, dentre outras patologias são causas de chiado nas crianças.

Quando internar a criança
  • Idade inferior a 6 meses
  • Moderada dificuldade respiratória
  • Hipoxemia (baixa de oxigênio no sangue)
  • Apnéia
  • Intolerância alimentar
  • Falta de condições nos cuidados domiciliares
  • Crianças com patologias associadas que são consideradas de risco


Tratamento

  A terapia de suporte é o tratamento. Isto inclui a monitorização da febre  da  frequência e do esfoço respiratórios, o fornecimento de líquidos,  a aspiração de vias aéreas quando necessário, e a  administração de oxigênio.
  Os broncodilatadores e corticoides não tem seu uso suportado por trabalhos científicos embora sejam utilizados por alguns profissionais. Em casos muitíssimo especiais pode-se usar ribavirina.
  Após a instituição do tratamento há uma melhora marcada no quadro clínico entre 2-5 dias de terapeutica.
Complicações e Prognóstico

  A maioria das bronquiolites têm bom prognóstico, porém há crianças em que pode ser necessário o uso de ventilação mecânica, pois evoluem para um quadro grave de insuficiência respiratória.
  As bronquiolites normalmente evoluem bem na grande maioria dos casos, embora verifiquem-se situações de hiperreatividade brônquica e disfunções pulmonares que  podem se manter por vários anos num menor número de pacientes. Pode ocorrer recorrência que tende a ser de gravidade moderada e requer o mesmo tratamento feito no primeiro episódio.

Prevenção 
  Anticorpo monoclonal vsr específico (palivizumab) confere proteção para as infecções causadas pelo virus sincicial respiratório e é indicado em casos para lactentes abaixo de 2 anos com doenças pulmonares crónicas como a broncodisplasia, crianças de muito baixo peso ao nascimento, e cardiopatas. 
  A vacina contra o vírus influenza acima dos 6 meses de idade pode previnir contra a doença associada a este vírus.
  Porém a mais barata e eficaz prevenção é a higiene das mãos. O isolamento do paciente também é uma boa prática para limitar a propagação do vírus.


 




O Que é o Teste de Sangue para Alergia à Penicilina?

  Consiste na dosagem da IgE específica para Penicilina, que avalia a presença deste anticorpo contra a medicação em questão e evidencia a reação do tipo imediata a este antibiótico, isto é,  uma reação como a anafilaxia.
  É um exame que não representa risco para o paciente, pois é feito utilizando uma amostra de sangue em que dosa-se a quantidade de anticorpo contra o medicamento capaz de causar a reação alérgica. É apenas um dos meios de investigação da alergia ao antibiótico, pois são vários os mecanismos de reação (alérgicos e não alérgicos) que um fármaco pode causar. Pode ser verificado um nível baixo de IgE específica para a penicilina, mas isto não quer dizer que o paciente possa fazer uso deste medicamento, uma vez que existem testes falso negativos, o que não garente a segurança da utilização do fármaco.
  O exame é um dos instrumentos utilizados para o diagnóstico da alergia a penicilina, porém não deve ser o único.

domingo, 13 de novembro de 2011

O que é Apgar?

  A Escala ou Índice de Apgar está presente nos Boletins de Saúde de todas as crianças. Esta escala foi idealizada pela médica anestesista norte-americana Virgínia Apgar, para avaliação dos recém-nascidos nos primeiros minutos da vida destes, nomeadamente, no primeiro, quinto e décimo minutos.


 

   O objetivo é atribuir pontos de 0 a 2 a frequência cardíaca, respiração, tônus muscular, cor e irritabilidade reflexa. A escala varia de 0 a 10 pontos. Dependendo do valor apurado o recém-nascido é classificado como asfíxico ou não. A asfixia pode ser leve, moderada ou grave. Estes parâmetros também norteiam as medidas a serem tomadas no processo de reanimação neonatal.


sábado, 12 de novembro de 2011


O bebê Ficou "AMARELINHO", o que eu faço?

Icterícia Própria do Recém-Nascido

  A icterícia fisiológica neonatal é uma condição clínica extremamente frequente nos recém-nascidos. Ocorre por dois fatores basicamente: aumento na produção ou diminuição da eliminação da bilirrubina (substância que dá o tom amarelo da pele).
  Os picos de incidência desta substância variam com a idade gestacional do recém-nascido podendo no prematuro ser em torno do 4-5º dia de vida e no não prematuro ser 3-4º dia de vida.
  A progressão da icterícia é sempre da cabeça em direção aos pés. De modo geral o que se faz para tratar esta situação clínica é expor o bebê ao sol ou a luz natural na falta deste. A verificação do tom amarelo da pele obrigatóriamente tem que ser feita expondo o bebê a luz do sol e não com luzes artificiais, que nos dão um tom mais amarelado da pele, ocasionando interpretações errôneas da condição clínica do recém-nascido. Normalmente as escleras (branco dos olhos) são as últimas a se tornarem normais no que diz respeito a cor.

Icterícia Patológica do Recém-Nascido

  Há muitas influências ambientais e doenças que podem afetar o metabolismo da bilirrubina no feto e no recém-nascido. Elas  rompem o balanço normal entre a produção e excreção da bilirrubina e se manifestam tanto pelo aparecimento precoce, pela gravidade, quanto pela duração prolongada da doença.
  Situações clínicas como incompatibilidade sanguínea materno-fetal, anemias hemolíticas, excesso de globulos vermelhos (policitemia), aumento da circulação entero-hepática (intestino-fígado), doenças endócrinas e metabólicas, infeções neonatais, infecções intra-útero, causas obstrutivas como malformações do intestino e do fígado, dentre outras causas.
  Além do tom de pele amarelo associam-se outros sintomas como recusa alimentar, sonolência, choro, irritabilidade, que despertam a necessidade de avaliação o mais precocemente possível.
  Como são várias doenças em potencial, deverão ser investigadas no que diz respeito a sua causa. O tratamento da icterícia na maioria das vezes é através da fototerapia (luzes com proteção ocular), manuseio farmacológico; a exsanguineotransfusão (troca de sangue) hoje em dia muito pouco utilizada.

O Leite Materno e a Icterícia

  Na imensa maioria das vezes não se deve suspender o leite materno quando o bebê apresenta icterícia, pois esta é uma condição clínica transitória e normalmente de evolução benigna, a não ser que os níveis de bilirrubina estejam muito altos e representem riscos a integridade neurológica da criança.
  A baixa ingesta de leite pode propiciar um aumento nos níveis de bilirrubina, pois causa o aumento da circulação entero-hepática, o que faz com que a icterícia se prolongue e os valores da bilirrubina subam. Ainda há alguns mecanismos para o aumento da bilirrubina associado ao leite materno que estão por ser descobertos.

Não assuma a responsabilidade para si

  Todo recém-nascido  pode ficar ictérico (amarelo), avalie-o à luz natural, e se tiver dúvidas leve-o ao seu pediatra.









A Pele e Cabelo do Recém-Nascido

  Muitos pais ficam preocupados com a descamação da pele e perda de cabelo do bebê. Durante o período em que a criança está intra-útero o meio em que se encontra é aquático (bolsa de águas com líquido amniótico).
   Desde o momento em que o bebê nasce é exposto a um meio "seco" e então a pele e os cabelos têm de se adaptar ao nosso ambiente e sendo assim são substituídos por pele e cabelos mais adequados ao nosso meio. Quando isto acontece a pele da  criança descama e há a perda de algum cabelo.
  Poderá ajudar neste processo ao utilizar produtos hidratantes, de preferência sem aromas e com pH neutro indicados por seu pediatra.

domingo, 6 de novembro de 2011

 Asma Brônquica e Controle do Ambiente

  Não adianta tratar com medicamentos e/ou vacinas se o ambiente não for favorável.

  Conselhos para um ambiente bem controlado:

* Mantenha a casa e principalmente o quarto bem arejado, para que o ar seja reciclado e assim consigamos diminuir a população de ácaros que nos cercam.
* Evite objetos e mobílias que acumulem poeira.
* Se possível não tenha tapetes, cortinas ou carpetes/alcatifas. Se necessitar de cortinas estas devem ser lavadas frequentemente.
* Não tenha peluchos ou briquedos que acumulem poeira. Dê preferência a brinquedos laváveis ou de plástico.
* Evite tabaco no domicílio.
* Evite a presença de animais com pêlo ou penas em casa. Caso haja, intensificar a limpeza do animal e da casa.
* A limpeza da casa deve ser feita na ausência da pessoa alérgica, quando não for possível a mesma deve estar em outra dependência da casa ou com uma máscara protetora.
* A limpeza da casa deve ser diária com pano úmido com água e onde for possível álcool, sem produtos químicos que tenham cheiro, ou poderá ser aspirada. Nunca utilizar vassouras ou espanadores pois estes só mudam o pó de lugar colocando-o em suspensão.
* Conservar livros, objetos, brinquedos e roupas no armário com as portas fechadas.Se estiverem guardados por muito tempo evitar entrar em contato.
* A cada 15 dias virar o colchão, limpar o estrado e a cama por baixo
* É importante que se verifique se há o aparecimento de umidades, mofo ou infiltrações, principalmente atrás dos armários ou tetos.
* Utilizar desumidificadores se a casa for muito úmida.
* Colchões, travesseiros, almofadas deverão ser cobertos com plásticos ou capas antialérgicas. Trocar o travesseiro uma vez por ano.
*Não utilizar cobertores e roupas com pêlos ou com lã. Utilizar edredons. Trocar a roupa de cama uma a duas vezes por semana.
* Para vestuário deverá optar por materiais como malha, couro, polar ou nailon.

  O controle do ambiente é fundamental para o tratamento do paciente asmático, sem ele não se consegue eficácia na terapeutica.




Asma e Desporto

  A asma brônquica quando controlada não é obstáculo para prática desportiva, que por sua vez deve ser estimulada.
  Os sintomas que uma criança ou adulto podem apresentar quando exercitam-se e  há algum componente de doença respiratória  são:  tosse, falta de ar ou cansaço. Outras doenças também podem causar estes sintomas, é necessária avaliação médica para o diagnóstico preciso.
  As crianças que têm algum tipo de desconforto respiratório por instinto já afastam-se do desporto ou  tentam diminuir sua participação no mesmo, por exemplo passam a ser guarda-redes no futebol ou hóquei, e os pais por sua vez tendem a proteger a criança com medo que a doença piore. Porém existem medicamentos utilizados previamente à prática desportiva para que a performance da mesma não seja comprometida e com isto tenhamos um bom aproveitamento.
  É importante que o professor de educação física saiba que aquele(a) aluno(a) tem asma, quais os sintomas da doença, os medicamentos que faz uso e o que fazer se tiver uma crise.
  Em caso de crise, todo e qualquer exercício deverá ser suspenso, para não agravar a mesma.
  No que diz respeito a natação não existe nenhum trabalho científico que comprove que trate a asma.    Como desporto é excelente, porém não tem poder de cura sobre a doença.
  Enfim, a prática desportiva é benéfica para todos os pacientes que tem a doença sob controle, e a mesma deve ser estimulada.