Dermatite Atópica
A pele atópica, dermatite atópica, dermite atópica ou eczema atópico são expressões que significam todas a mesma doença.
É uma doença inflamatória da pele , que tem um padrão crónico, e atinge na maioria casos de indivíduos com história pessoal ou familiar de alergia respiratória. Atualmente as estatísticas rondam em torno de 20% da população infantil e adulta onde é acometida. Em cerca de 90% dos casos manifesta-se antes dos 5 anos de idade.
Sua manifestação clínica varia com a idade e evolui entre fases agudas e crónicas, de maior ou menor desconforto para o paciente.O diagnóstico desta doença é feito baseado na clínica e aspecto das lesões do paciente e não em testes laboratoriais. A coceira é seu sintoma mais expressivo, na sua ausência este diagnóstico é tido como pouco provável.
Não existe tratamento curativo, uma vez que a doença sofre influências de fatores genéticos e ambientais. O tratamento é sintomático e adaptado a fase da doença.
Na criança de pequena (lactente) as lesões predominam nas superfícies de contacto com a roupa da cama. São observadas lesões na face, couro cabeludo e superfície extensora das extremidades. Ocorre pela maior exposição alergénica ou ao fato da criança ter a possibilidade de aliviar a comichão nestas áreas. Quando a criança começa a andar o acometimento já modifica para os joelhos e mantem-se nas superfícies extensoras. Na segunda infância as áreas de eleição são as de dobras de cotovelos, joelhos, área retroauricular, pescoço, região abaixo das nádegas e tornozelos. Nos adultos as lesões são mais disseminadas mas em alguns casos podem acometer mais cabeça, pescoço, região periocular e sobrancelhas.
As complicações desta doença estão associadas a diminuição da qualidade de vida pelo desconforto causado pela coceira, podendo surgir alterações de comportamento sobretudo na criança pois perturba o sono e as atividades diárias deste paciente.
As infecções secundárias a fungos, vírus e bactérias também são observadas com mais frequência nestes pacientes pois há quebra da barreira cutânea e processo inflamatório crónico da pele.
Há que se destacar as complicações oculares pois estas costumam ser mais graves sobretudo quando temos a dermatite das pálpebras, com inflamação/infecção das mesmas, a ceratocojuntivite e o ceratoconus (queratocone), bem como a presença de catarata.
O tratamento é baseado no controlo de exposição a alergénos inalatórios ou alimentares e a agentes irritantes e ao estresse.
É fundamental a hidratação da pele pois além do prurido esta doença se caracteriza por pele seca (xerose), desta forma devemos hidratá-la inúmeras vezes por dia. Deve-se também ingerir muitos líquidos. Os cremes quando colocados após o banho devem ser aplicados com a pele ainda húmida. Os banhos devem ser rápidos e com água não muito quente. A toalha deve ser apenas aplicada e não deve atritar a pele.
Em termos de tratamento medicamentoso não há verificação de cura após seu uso, porém amenizam os sintomas o que já causa um bom alívio para o paciente. Os mais utilizados são os anti-histamínicos, os corticóides tópicos, os orais, os inibidores de calcineurina (itc), antibióticos para infecções bacterianas, anti-fúngicos para os fungos, antivirais, imunomoduladores (efeitos adversos potencialmente graves) e fototerapia.