Apresentação

Olá, meu nome é Carmen Costa, sou médica, especializada em Pediatria, Neonatologia e Imunoalergologia. Durante a minha formação médica e atividade profissional pude observar que um paciente bem informado é de grande valia para uma boa orientação clínica. Desta forma, como a relação médico- paciente ao meu ver é um caminho que apresenta duas vias decidi construir este blog, no sentido de divulgar informação e por conseguinte exercer uma melhor prática médica.

domingo, 27 de maio de 2012

Dermatite Atópica


  A pele atópica, dermatite atópica, dermite atópica ou eczema atópico são expressões que significam todas a mesma doença.
  É uma doença inflamatória da pele , que tem um padrão crónico, e atinge na maioria casos de indivíduos com história pessoal ou familiar de alergia respiratória. Atualmente as estatísticas rondam em torno de 20% da população infantil e adulta onde é acometida. Em cerca de 90% dos casos  manifesta-se antes dos 5 anos de idade.
  Sua manifestação clínica varia com a idade e evolui entre fases agudas e crónicas, de maior ou menor desconforto para o paciente.O diagnóstico desta doença é feito baseado na clínica e aspecto das lesões do paciente e não em testes laboratoriais. A coceira é seu sintoma mais expressivo, na sua ausência este diagnóstico é tido como pouco provável.
  Não existe tratamento curativo, uma vez que a doença sofre influências de fatores genéticos e ambientais. O tratamento é sintomático e adaptado a fase da doença.
  Na criança de pequena (lactente) as lesões predominam nas superfícies de contacto com a roupa da cama. São observadas lesões na face, couro cabeludo e superfície extensora das extremidades. Ocorre pela maior exposição alergénica ou ao fato da criança ter a possibilidade de aliviar a comichão  nestas áreas. Quando a criança começa a andar o acometimento já modifica para os joelhos e mantem-se nas superfícies extensoras. Na segunda infância as áreas de eleição são as de dobras de cotovelos, joelhos, área retroauricular, pescoço, região abaixo das nádegas e tornozelos. Nos adultos as lesões são mais disseminadas mas em alguns casos podem acometer mais cabeça, pescoço, região periocular e sobrancelhas.
  As complicações desta doença estão associadas a diminuição da qualidade de vida pelo desconforto causado pela coceira,  podendo surgir  alterações de comportamento sobretudo na criança pois perturba o sono e as atividades diárias deste paciente.
  As infecções secundárias a fungos, vírus e bactérias também são observadas com mais frequência nestes pacientes pois há quebra da barreira cutânea e processo inflamatório crónico da pele.
  Há que se destacar as complicações oculares pois estas costumam ser mais graves sobretudo quando temos a dermatite das pálpebras, com inflamação/infecção das mesmas, a ceratocojuntivite e  o ceratoconus (queratocone), bem como a presença de catarata.
  O tratamento é baseado no controlo de exposição a alergénos inalatórios ou alimentares e a agentes irritantes e ao estresse.
  É fundamental a hidratação da pele pois além do prurido esta doença se caracteriza por pele seca (xerose), desta forma devemos hidratá-la inúmeras vezes por dia. Deve-se também ingerir muitos líquidos.    Os cremes quando colocados após o banho devem ser aplicados com a pele ainda húmida. Os banhos devem ser rápidos e com água não muito quente. A toalha deve ser  apenas aplicada e não deve atritar a pele.
  Em termos de tratamento medicamentoso não há verificação de cura após seu uso, porém amenizam os sintomas o que já causa um bom alívio para o paciente. Os mais utilizados são os anti-histamínicos, os corticóides tópicos, os orais, os inibidores de calcineurina (itc), antibióticos para infecções bacterianas, anti-fúngicos para os fungos, antivirais, imunomoduladores (efeitos adversos potencialmente graves) e fototerapia.

3 comentários:

  1. Boa tarde Dra. Carmen,

    primeiro de tudo obrigada por toda a informação que nos vai facultando, é muito preciosa e nós papás adoramos!
    Aproveitando este último post, onde fala sobre a pele, e uma vez que se aproxima a época balnear gostaria de lhe perguntar o que devemos ter em conta na escolha de um protetor solar para um bebé a partir dos 12 meses? Pode sugerir-nos alguma marca?

    Muito obrigada,
    Andreia Caseiro (mãe do Leonardo Ferradini)
    neia.caseiro@gmail.com

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  2. Boa noite doutura, espero que esteja tudo bem consigo.
    Tenho uma questão?
    O meu filho Rúben de 14 meses apareceu-lhe na pele umas pequenas borbulhas, não lhe incomodam nada.
    O que podera ser.

    Cumprimentos
    Anabela Salgado GNR

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  3. Boa tarde doutora, espero que esteja tudo bem. Como mãe de dois utentes seus (José Lourenço e Mafalda) com o problema de pele atópica venho agradecer tudo o que tem feito pelo José. Desde que a doutora o seguiu em consultas, ele melhorou muito.... Agradeço tudo o que tem feito pela saúde e bem-estar dos meus filhos... Obrigado pela pessoa que é...
    Cumprimentos Cláudia Silva

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