O Refluxo Gastroesofágico
O refluxo gastroesofágico (RGE) é uma condição clínica muito comum nos primeiros meses de vida. Traduz-se pela passagem do conteúdo alimentar do estômago em direção ao esôfago e pode ocorrer em bebês, crianças e adultos.
Apesar de gerar preocupação nos pais tende a ter na maioria dos casos uma evolução de benigna, sem causar grandes transtornos ao bebê ou criança, sendo considerado fisiológico.
A combinação de uma alimentação líquida e o bebê passar a maior parte do dia deitado favorece o refluxo. De todas as crianças que apresentam esta condição somente 2% dos casos necessitam de investigação mais profunda no que diz respeito a doenças anatômicas ou funcionais do esfíncter esofágico superior (válvula que se localiza no limite do esôfago com estômago).
Quando a criança apresenta vómitos/regurgitações que acarretam falha no ganho de peso, resultados insuficientes às medidas posturais, dietéticas e medicamentosas, tosse rebelde ao tratamento,chiado, crises de asma e pneumonias ela deverá ser investigada pois nestas situações o RGE necessita de esclarecimento diagnóstico.
No que diz respeito aos quadros respiratórios induzidos pelo refluxos podem se caracterizar por tosse muito intensa e normalmente seca e noturna (principalmente quando a criança deita), dispnéia (falta de ar), apnéia (criança pára de respirar), broncoespasmo (chiado no peito) ou pneumonias de repetição. Estas manifestações clínicas ocorrem pela presença de micropartículas alimentares e de suco gástrico que são aspiradas para a árvore brônquica e que irritam as terminações nervosas da mesma ocasionando o desconforto respiratório.
As manifestações clínicas variam de acordo com a faixa etária também. Veja abaixo:
- Recém-nascidos e lactentes: em torno de 80% dos bebês têm refluxo fisiológico, onde o pico ocorre mais entre 3-4 meses, e melhora normalmente por volta dos 6 meses de idade, ou antes caso inicie alimentos sólidos, e tende a desaparecer após 12 meses de idade. Uma pequena parcela destas crianças pode desenvolver irritabilidade, choro após a alimentação, recusa alimentar, ganho de peso insatisfatório, vômitos com presença de sangue, anemia.
- Pré-escolares: estas crianças costumam apresentar vómitos intermitentes, podendo ter tosse, poucas vezes apresentam broncoespamos, podem se queixar de dor de barriga na altura do estômago.
- Escolares e Adolescentes: suas manifestações clínicas são semelhantes a dos adultos tais como queimação retroesternal (azia) e/ou regurgitação.
O tratatamento normalmente é feito utilizando leites anti-refluxo, utilizar alimentos mais espessos em pequenas quantidades e com maior frequência. É importante subir a cabeceira do berço a cerca de 30 graus e deixar a criança em posição mais vertical o maior tempo possível. Existem medicamentos pró-cinéticos que ajudam a acelerar o esvaziamento gástrico e assim diminuir o conteúdo que irá refluir, além disto há medicamentos para proteção da mucosa, evitando assim a dor e sensação de queimação/azia.
O tratamento e acompanhamento desta condição clínica deverá ser feito pelo seu pediatra.
Não alimente o seu bebê deitado isto favorece às otites e o RGE.
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