O bebê Ficou "AMARELINHO", o que eu faço?
Icterícia Própria do Recém-Nascido
A icterícia fisiológica neonatal é uma condição clínica extremamente frequente nos recém-nascidos. Ocorre por dois fatores basicamente: aumento na produção ou diminuição da eliminação da bilirrubina (substância que dá o tom amarelo da pele).
Os picos de incidência desta substância variam com a idade gestacional do recém-nascido podendo no prematuro ser em torno do 4-5º dia de vida e no não prematuro ser 3-4º dia de vida.
A progressão da icterícia é sempre da cabeça em direção aos pés. De modo geral o que se faz para tratar esta situação clínica é expor o bebê ao sol ou a luz natural na falta deste. A verificação do tom amarelo da pele obrigatóriamente tem que ser feita expondo o bebê a luz do sol e não com luzes artificiais, que nos dão um tom mais amarelado da pele, ocasionando interpretações errôneas da condição clínica do recém-nascido. Normalmente as escleras (branco dos olhos) são as últimas a se tornarem normais no que diz respeito a cor.
Icterícia Patológica do Recém-Nascido
Há muitas influências ambientais e doenças que podem afetar o metabolismo da bilirrubina no feto e no recém-nascido. Elas rompem o balanço normal entre a produção e excreção da bilirrubina e se manifestam tanto pelo aparecimento precoce, pela gravidade, quanto pela duração prolongada da doença.
Situações clínicas como incompatibilidade sanguínea materno-fetal, anemias hemolíticas, excesso de globulos vermelhos (policitemia), aumento da circulação entero-hepática (intestino-fígado), doenças endócrinas e metabólicas, infeções neonatais, infecções intra-útero, causas obstrutivas como malformações do intestino e do fígado, dentre outras causas.
Além do tom de pele amarelo associam-se outros sintomas como recusa alimentar, sonolência, choro, irritabilidade, que despertam a necessidade de avaliação o mais precocemente possível.
Como são várias doenças em potencial, deverão ser investigadas no que diz respeito a sua causa. O tratamento da icterícia na maioria das vezes é através da fototerapia (luzes com proteção ocular), manuseio farmacológico; a exsanguineotransfusão (troca de sangue) hoje em dia muito pouco utilizada.
O Leite Materno e a Icterícia
Na imensa maioria das vezes não se deve suspender o leite materno quando o bebê apresenta icterícia, pois esta é uma condição clínica transitória e normalmente de evolução benigna, a não ser que os níveis de bilirrubina estejam muito altos e representem riscos a integridade neurológica da criança.
A baixa ingesta de leite pode propiciar um aumento nos níveis de bilirrubina, pois causa o aumento da circulação entero-hepática, o que faz com que a icterícia se prolongue e os valores da bilirrubina subam. Ainda há alguns mecanismos para o aumento da bilirrubina associado ao leite materno que estão por ser descobertos.
Não assuma a responsabilidade para si
Todo recém-nascido pode ficar ictérico (amarelo), avalie-o à luz natural, e se tiver dúvidas leve-o ao seu pediatra.
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