Apresentação

Olá, meu nome é Carmen Costa, sou médica, especializada em Pediatria, Neonatologia e Imunoalergologia. Durante a minha formação médica e atividade profissional pude observar que um paciente bem informado é de grande valia para uma boa orientação clínica. Desta forma, como a relação médico- paciente ao meu ver é um caminho que apresenta duas vias decidi construir este blog, no sentido de divulgar informação e por conseguinte exercer uma melhor prática médica.

sábado, 17 de dezembro de 2011

Crianças e Adolescentes no Ciberespaço (I)





Este post é sobre meninos(as) "espertos" fazendo coisas não muito "espertas" na internet

  A internet é um meio de comunicação moderno, abrangente, rápido e potencialmente perigoso quando mal utilizado. Um fenômeno que vem crescendo muito é o "cyberbullying"/ciberabuso que é definido como o uso de aparelhos eletrônicos e de informação com o intuito de publicar mensagens ou imagens cruéis ou prejudiciais a cerca de um indivíduo ou grupo (King, 2006).
  Nós pais precisamos aprender a linguagem destes meios de comunicação para que possamos discutir sobre estes assuntos com nossos filhos, pois os pais que não sabem o que procurar na Rede, ou como preparar seus filhos para se comunicarem de forma apropriada através da internet estão a abrir uma porta de potenciais problemas, portanto vamos estudar o assunto para poder melhor gerí-lo.

O ciberabuso

  É um fenômeno de modo geral mais verificado no sexo feminino e nos meninos mais interessados em aparatos eletrônicos. Costuma ser um ato anônimo e indireto. É mais fácil para as crianças serem "más" quando não existe contato direto com a pessoa que se quer ferir. Elas escreverão coisas no computador que não conseguiriam dizer pessoalmente e é muito mais fácil ser impulsivo e pressionar na tecla enviar sem pensar nas consequências.

Tipos de ciberabuso

  • Páginas na internet criadas para perturbar - é fácil criar blogs por exemplo com o intuito de difamar e é difícil encontrar os responsáveis.
  •  Fazer-se passar por alguém - utilização de identidade falsa para comunicação. Há também o roubo de senha, o agressor fazendo-se passar pelo alvo.
  •  Publicação de vídeos e fotografias - imagens veiculadas por exemplo no Youtube.com com fatos embaraçosos que realmente ocorreram ou imagens que foram trabalhadas para este fim.
  • Grupos de intrigas - os agressores agrupam-se em blogs, redes sociais, chats ou e-mails e veiculam comentários maldosos a respeito de uma pessoa ou de um grupo de pessoas.Ou por outro lado excluem o alvo da comunidade virtual.
  • Abuso direto - ameaças diretas via caixa postal, mensagens de texto ou e-mail.
  •  Inscrições indesejadas - o abusador conhece o e-mail do alvo pode inscrevê-lo para receber mensagens indesejadas na sua caixa postal.  
fonte: Harber e Glatzer (2007)
Prevenção

  • As crianças não podem colocar na internet nada, absolutamente nada que as possa identificar, dados como morada, onde estuda, onde mora, nomes dos pais ou irmãos são proibidos. 
  • Tem que se ter em mente que qualquer coisa que seja escrita na Rede pode ser copiada e publicada em sites da internet ou reenviada para milhares de pessoas. 
  • Se participar de grupos de conversação, oriente-os a não escreverem nada que não gostariam de ver, por exemplo num cartaz gigante na frente da escola no dia seguinte.
  • Se receberem mensagens de desconhecidos devem ser orientados a não responderem pois podem ser mensagens "fishing" para pescar dados a respeito do alvo.
  • Oriente-os a utilizarem palavras-passe difíceis e que não as troquem em sinal de amizade e confiança, pois nesta época podem ser os melhores amigos e no dia seguinte a amizade não está tão forte e pode haver problemas.
  • No meu entender os pais devem ter as palavras-passes de seu filho, mas que só poderão utilizar em situações extremas e previamente acordadas com seu filho. Assunto que será desenvolvido no próximo post.
  • Deve-se ensinar às crianças a se protegerem para não serem alvos, porém também estas podem ser os agressores, então deve-se ensinar que ameaçar pessoas também não é correto, afinal também não queremos ter filhos abusadores.






1 comentário:

  1. Muito bem. Concordo plenamente e vou falar com o filho de 13 anos sobre o assunto, já que nunca é demais falar sobre este tema.

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