Apresentação

Olá, meu nome é Carmen Costa, sou médica, especializada em Pediatria, Neonatologia e Imunoalergologia. Durante a minha formação médica e atividade profissional pude observar que um paciente bem informado é de grande valia para uma boa orientação clínica. Desta forma, como a relação médico- paciente ao meu ver é um caminho que apresenta duas vias decidi construir este blog, no sentido de divulgar informação e por conseguinte exercer uma melhor prática médica.

sábado, 17 de dezembro de 2011

Crianças e Adolescentes no Ciberespaço (II)

  A função dos pais é por vezes muito ingrata. Deixar que os filhos tenham suas próprias experiências sem nossa interferência é em alguns casos realmente muito difícil. Afinal onde está a linha que delimita o espaço até onde nós podemos ir, sem sermos negligentes ou pelo contrário superprotetores? É uma pergunta que ninguém sabe responder...
  Isto vai depender da situação e do bom senso. Independente da idade dos filhos nossa obrigação é estar  ao lado, tentando antecipar o risco e orientando de acordo com as nossas próprias experiências e conhecimentos, é uma questão de risco supervisionado.

Privacidade

  Qualquer pessoa tem direito de ter sua privacidade respeitada, mas até que ponto no que diz respeito ao ciberespaço isto deve ser assim tão estrito? O receio de que nossos fillhos possam ser alvo dos abusadores às vezes faz com que os pais tomem atitudes encaradas por seus filhos como invasão de sua privacidade, o que ocasiona muitos conflitos no relacionamento destes. Entretanto é necessário que se entenda que o "cyberbullying" está se tornando muito frequente, sendo somente psicológica mas é devastadora e assume enormes proporções graças a penetração social destes novos meios de comunicação.

O Que é Importante Saber

  Não se deve invadir deliberadamente a privacidade do seu filho, a não ser que ele tenha lhe dado motivos para isto (alterações de comportamento, irritabilidade, sinais de depressão, devem ser observados). Antes de o fazer tente lhe dizer que não vai tirar o computador, pois ele tem medo disto, dê todas as oportunidades possíveis para que ele dizer o que está acontecendo. Pergunte como ele passa o tempo na Rede, que sites costuma visitar, se tem perfil no facebook, orkut, myspace, twitter ou algum blog, se costuma participar de chat (sala de conversação). Peça que lhe mostre a sua lista de contatos pois se são seus amigos não tem nada que esconder.
  Os adolescentes utilizam uma linguagem que é quase um dialeto são os acrônimos pois quando nós não entendemos nada, vá até a internet pois existem vários sites que traduzem o que está lá escrito no caso em que compartilhem informações.

O Que é Importante Informar ao Seu Filho

  As crianças/adolescente são inocentes, e agem com muita imprudência porquê não conhecem os riscos, é nossa obrigação informá-los.
  Pergunte se ele sabe o que é ciberabuso, se já viu sites com este tipo de conteúdo, se já lhe aconteceu ou se alguma vez participou disto. Diga que se receber mensagens de desconhecidos não deverá abri-las, e se mesmo assim o fizer deve mostrar principalmente se tiverem conteúdos ameaçadores, pois as mesmas devem ser gravadas. Oriente que se receber mensagens constrangedoras não deverá de forma alguma respondê-las. Deverá incutir um conceito sobre as palavras passes não podem ser trocadas com outras pessoas. E sobretudo mostre que se algum dia tiver algum problema encontrará em ti sempre alguém em que pode confiar e que poderá ajudar.
  Acho que desta forma irá ter margem para ajudar e evitará a tendência de ir bisbilhotar e com isto estragar a relação com seu ou sua filha.

Redes Sociais e Blogues

  As redes sociais tem opções de privacidade que os pais e filhos podem utilizar, alguns pais pedem para serem colocados nas listas de amigos do filho assim controlam melhor o fluxo de informação. Poderá ver se há mais contas em redes sociais executando procura pelo Google ou no próprio site da rede social. Ensine sem filho a restringir quem acessa sua página nas redes sociais e blogues, bem como e-mail, poderá sempre usar a função de bloqueio ou permitir que apenas acessem as pessoas que façam parte da lista de contatos.

Em Caso de Abuso

  Pode verificar se seu filho tem algum perfil fora do que tem informação utilizando o Google. Em caso da criança ser alvo de abuso reenvie os e-mail ao fornecedor de e-mail ou ao site do abusador relatando abuso, se não for visível vá até os termos de serviço (TOS) ou política de utilização aceitável (PUA). Deverá explicar a situação e mandar cópia da mensagem.
  Notifique a escola pois na maioria das vezes, embora possa haver outros tipos de situações, são circunstâncias que envolvem crianças/adolescentes que frequentam os mesmos ambientes como eles passam a maior parte do dia na escola, costuma ser este o local onde ocorrem algumas das discordâncias entre as partes. O bullying é uma atividade que encontra-se a maioria das vezes na escola, já o ciberbullying não há  delimitação espacial então costuma se pior pois não há um porto seguro ele acompanha a vítima, só consegue estar seguro se isolar-se das tecnologias e o alvo tem a sensação de estar sempre sendo observado e controlado pelo agressor.
  Este é um tema bastante interessante para se promover a discussão no meio acadêmico mesmo  que não haja casos relatados à escola.

Características do Agressor
  No bullying o agressor normalmente tem notória agressividade física e emocional, um relacionamento conflituoso com a escola e apresenta um aspecto físico intimidador. Já no cyberbullying o aspecto físico é irrelevante pois a ação é de cunho psicológico. Verifica-se normalmente que os agressores são bons alunos e tem bom relacionamento com a escola. Os observadores da agressão também podem se transformar em agressores de segunda linha ao transmitirem as imagens ou fotos aumentando ainda mais a situação de humilhação do alvo, por contribuirem para o acréscimo de pessoas que testemunharam a agressão.

Quem é o Agressor
  O fato de não saber quem é o agressor permite o crescimento exponencial do medo e da pressão psicológica causada a cerca deste tipo de agressão. Em alguns países existem que ajudam a descobrir ciberabusos. Vou citar alguns:


Legislação


  É preciso que as leis estejam bem definidas para que consiga-se proteger crianças e adolescentes, bem como adultos desta prisão virtual. Sem isto e um processo de educação voltado para o bom uso dos meios de comunicação estaremos sempre sujeitos a nos depararmos com situações cada vez mais frequentes nos jornais, televisão e na própria Rede.


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