Apresentação

Olá, meu nome é Carmen Costa, sou médica, especializada em Pediatria, Neonatologia e Imunoalergologia. Durante a minha formação médica e atividade profissional pude observar que um paciente bem informado é de grande valia para uma boa orientação clínica. Desta forma, como a relação médico- paciente ao meu ver é um caminho que apresenta duas vias decidi construir este blog, no sentido de divulgar informação e por conseguinte exercer uma melhor prática médica.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

O Olho do Bebê Não Pára de Lacrimejar

  Em torno de 5-10% dos bebês saudáveis vão apresentar lacrimejamento, que costuma ocorrer principalmente nas duas primeiras semanas de vida e acomete igualmente os sexos masculino e feminino. Aflige muito seus pais pois dá a sensação de falta de limpeza ocular  o que não confere a realidade. A causa mais frequente nesta faixa etária  é a dacrioestenose.

Definição

   É a obstrução total ou parcial do canal ou ducto lacrimal  que é observado desde o nascimento e pode se prolongar até os 9-12 meses, sendo que a abertura  espontânea  do canal pode ocorrer durante o primeiro ano de vida, porém quanto mais próximo ao 1º ano de vida mais difícil é a resolução sem intervenção. Isto causa lacrimejamento que pode ser contínuo ou intermitente durante meses, por causa da dificuldade de drenagem da lágrima para a boca do bebê. Pode ser uni ou bilateral.

Produção da Lágrima

  As lágrimas são produzidas em pequena quantidade pela glândula lacrimal na parte externa da pálpebra superior, são liberadas na superfície do olho mantendo-o lubrificado. O ato de piscar conduz a lágrima para o canto interno do olho, onde são drenadas para dois pequenos canais, um na pálpebra superior e outro na inferior, desta forma vão para o saco lacrimal situado no nariz, e de lá descem e movem-se para a garganta.

O que se observa no bebê

  Quando este trajeto está bloqueado ou parcialmente bloqueado há o aparecimento do lacrimejamento, podendo ocorrer também presença de secreção  nos olhos( principalmente pela manhã ao acordar), conjuntivites,olhos vermelhos, irritados, um inchaço próximo ao canto interno do olho e dermatites de repetição, por irritação da pele. As infecções do trato respiratório superior (resfriados, gripes, etc)  podem agravar os sintomas do paciente.

O que fazer?
  • manter uma boa higiene dos olhos com soro fisiológico, gaze estéril ou algodão desmaquilante várias vezes ao dia para retirar os resíduos de poeira e secreção presentes nos olhos.
  • massagem suave com o dedo mínimo próximo ao canto interno do olho afetado, (é necessário lavar as mãos antes de iniciar a massagem). Acredita-se que este procedimento ajude a desobstruir a via lacrimal e permita o livre escoamento da lágrima. Quando fazemos a massagem pode sair secreção ou fluidos do canal lacrimal  (Não se assuste, é normal).
  • vigiar a presença de secreção ocular pois esta pode estar associada a infecções como conjuntivites, neste caso por vezes são necessários colírios/antibióticos nos olhos afetados.
  • vigiar a presença de dermatites pois o olho aparenta estar sempre "molhadinho" e propicia as lesões da pele próxima ao olho por irritação.
Tratamento

  Na maioria dos casos os sintomas são leves e pode-se controlar com as medidas acima citadas, até os 9 a 12 meses de idade, se nesse período o lacrimejamento ainda estiver presente indica-se o tratamento cirúrgico, onde é necessário anestesia  para a desobstrução da via lacrimal, o que é felizmente  pouco frequente. Após o tratamento o lacrimejamento cessa.



Sem comentários:

Enviar um comentário