Otite Média Serosa (OMS)

O que é? 

  É uma doença que acomete o ouvido médio por acúmulo de líquido pouco espesso ligeiramente amarelado neste local. Normalmente está  associada a complicações de otites médias agudas ou obstrução da tuba auditiva (trompa de Eustáquio). Pode ocorrer em adultos e crianças onde até 50% destas terão pelos menos um episódio antes do 7 anos de idade. A duração média é de 12 semanas, e espera-se que 90% curem-se em 90 dias.

Fatores de risco

  São considerados fatores de risco para OMS: permanência em creches, histórico familiar para OMS, exposição ao tabaco, comprimento e angulação da tuba auditiva, presença de adenóides aumentadas e/ou infectadas, rinites, infecções de via respiratória alta, crianças submetidas a desmame precoce. As crianças com fenda palatina, síndrome velocardiofacial, síndrome de Down (trissomia 21), síndrome fetal alcoólica, fibrose quistica e sindrome de discinesia ciliar têm uma tendência especial para OMS crônica.

Um pouco de Anatomia

  A tuba auditiva é um canal de aproximadamente 2 cm estreito que comunica o ouvido médio e a parte posterior do nariz, onde este se comunica com a garganta e por onde passa o ar que respiramos. A abertura da tuba é no fundo do nariz. 

Função da tuba auditiva

  Funciona como uma válvula para igualar as pressões do ouvido médio e do ar exterior e para drenar as secreções que normalmente são formadas no interior do ouvido médio, é a única comunicação deste com o meio exterior. Qualquer coisa que interfira com este mecanismo de válvular resultará na diminuição da audição ou outros sintomas auditivos.

Porquê é tão frequente em crianças?

  As tubas auditivas na infâncias são pequenas e horizontalizadas, o que permite facilmente a obstrução das mesmas pela secreção proveniente de processos alérgicos, gripes, resfriados, aumento das adenóides e/ou

nasofaringites.

O que se sente?

  O principal sintoma é dor com intensidade leve a moderada, que pode ser em um ou nos dois ouvidos. Também pode manifestar-se por sensação de ouvidos tapados com zumbidos, o som percebe-se abafado (o som propaga-se pelo líquido), podem ocorrer estalos.  

  Quando se engole pode haver a desobstrução da tuba, e se passa a ouvir melhor.

  A febre pode ocorrer principalmente em crianças menores quando associada a quadros inflamatórios como rinite, nasofaringite e amigdalite por exemplo.

  As crianças podem não apresentar nenhuma queixa pois muitas vezes elas vão se adaptando a sensação de ouvidos tapados, mas a família e os responsáveis na escola podem perceber que a criança está distraída, ou fala alto ou aumenta o volume da televisão. Esta doença, se ocorrer na fase de aquisição de linguagem, poderá retardar a mesma, ocasionando dificuldades de integração social da criança e alterações do processo da fala.

Tratamento

  O uso de antibióticos é recomendado quando houver otite média aguda, na otite serosa tem pouca utilidade. Pode-se fazer uso de descongestionantes orais ou tópicos e  antialérgico. Quanto aos  corticoides tópicos ou orais podem ser utilizados com muito critério, embora alguns estudos não corroborem esta opção terapeutica. O tratamento cirúrgico pode ser feito em alguns casos com os tubos de ventilação (carretéis) e/ou retirada de adenoides.

Conselhos para evitar otites:

• Evite o uso de cotonetes, pois podem retirar a cera protetora do ouvido ou empurrá-la para dentro do canal auditivo ou até mesmo machucá-lo.
• Limpe com frequência as secreções nasais provocadas por rinites, gripes, resfriados, para evitar que as mesmas se acumulem no nariz e garganta.
• NUNCA amamente ou alimente seu bebê deitado, pois esta posição favorece a entrada de líquidos na tuba auditiva, o que predispõe a inflamação local.
• Enxugue a orelha com cuidado, utilizando uma toalha macia enrolada no dedo.
• Evite colocar qualquer substância dentro do ouvido que não seja prescrita pelo médico que tenha observado o ouvido.
• Procure sempre um médico se perceber que seu filho apresenta dor, coceira ou diminuição de audição.